28/07/2017

Da equação dos osciladores harmónicos à exponencial complexa (Versão II)

Esta dedução é uma modificação da anterior numa tentativa de a simplificar e a tornar mais acessível ao máximo de pessoas.
Sejam A>0, ω>0 e φ[0,2π[. Um oscilador harmónico é um sistema constituído por um ponto que se desloca numa recta numérica em determinado intervalo de tempo I, de tal forma que a respectiva abcissa é dada por uma lei da forma x(t)=Acos(ωt+φ)
para cada tI
Derivando em ordem a t, temos ˙x=Aωsen(ωt+φ)
e consequentemente ¨x=Aω2cos(ωt+φ)=ω2x
Portanto, x(t)=Acos(ωt+φ) é uma solução da equação diferencial ¨x=ω2x
Na verdade, x(t)=Acos(ωt+ϕ) com A>0 e ϕ[0,2π[ arbitrários, é uma expressão geral para todas as soluções da equação ¨x=ω2x

Considere-se agora a função x(t)=eat
, com aR{0}
Derivando em ordem a t , temos ˙x=aeat
e consequentemente ¨x=a2eat=a2x
Portanto, x(t)=eat é uma solução da equação diferencial ¨x=a2x
Compare-se agora as equações ¨x=ω2x
e ¨x=a2x
E observe-se que estas equações são a mesma se tivermos em conta que a=iω onde i é a unidade imaginária, (portanto i2=1).
Assim sendo, devem existir um A e um ϕ que tornam verdadeira a igualdade eiωt=Acos(ωt+ϕ)
para todo o tR.
Em particular, se t=0 temos 1=Acos(ϕ)
Por outro lado, se substituirmos t por (t) em (1) temos eiωt=Acos(ωt+ϕ)
para todo o tR.
Somando termo a termo as equações (1) e (3), e obtemos eiωt+eiωt=A(cos(ωt+ϕ)+cos(ωt+ϕ))
No meu tempo, no secundário, dava-se a fórmula cos(α)+cos(β)=2cos(α+β2)cos(αβ2)

Utilizando esta fórmula, em (4) obtemos eiωt+eiωt=2A(cos(ϕ)cos(ωt))
mas atendendo a (2) eiωt+eiωt=2cos(ωt)
que é equivalente a eiωt+eiωt2=cos(ωt)
Derivando agora cada membro da equação em ordem a t temos iω×eiωteiωt2=ωsen(ωt)
que é equivalente a eiωteiωt2=isen(ωt)
Somando termo a termo as equações (7) e (8) obtemos eiωt=cos(ωt)+isen(ωt)
Finalmente, fazendo θ=ωt obtemos
eiθ=cosθ+isenθ

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