Agora, que o (novo) programa de Matemática A 12º (ensino secundário, Portugal), inclui osciladores harmónicos, sugiro outra forma de o fazer.
Actualização: Existe uma versão diferente desta dedução aqui, neste mesmo blog
Sejam A>0, ω>0 e φ∈[0,2π[. Um oscilador harmónico é um sistema constituído por um ponto que se desloca numa recta numérica em determinado intervalo de tempo I, de tal forma que a respectiva abcissa é dada por uma função da forma x(t)=Acos(ωt+φ)
para cada t∈I
Derivando em ordem a t (neste blog utilizarei ˙x para designar a derivada de x em ordem a t), temos ˙x=−Aωsen(ωt+φ)
e consequentemente
¨x=−Aω2cos(ωt+φ)=−ω2x
Portanto, x(t)=Acos(ωt+φ) é uma solução da equação diferencial
¨x=−ω2x
Na verdade, x(t)=Acos(ωt+ϕ) com A>0 e ϕ∈[0,2π[ arbitrários, é uma expressão geral para todas as soluções da equação
¨x=−ω2x
Considere-se agora a função x(t)=eat
, com a∈R∖{0}
Derivando em ordem a t , temos
˙x=aeat
e consequentemente
¨x=a2eat
Portanto, x(t)=eat é uma solução da equação diferencial
¨x=a2x
Facilmente se reconhece que x(t)=e−at também é solução da equação, e ainda que qualquer combinação linear destas duas soluções também é solução.
Na verdade, a solução geral desta equação é x(t)=αeat+βe−at
Compare-se agora as equações ¨x=−ω2x
e
¨x=a2x
Observe-se que estas equações são a mesma se tivermos em conta que a=iω onde i é a unidade imaginária, (portanto i2=−1).
Se admitirmos a validade da segunda solução geral, para valores de a imaginários puros , então temos que αeiωt+βe−iωt=Acos(ωt+ϕ)
para todo o t∈R.
Derivando ambos os termos da igualdade temos iω(αeiωt−βe−iωt)=−ωAsen(ωt+ϕ)
Tomando t=0 nas equações (1) e (2), e obtemos
{α+β=Acosϕα−β=iAsenϕ
Que se resolve facilmente em ordem a α e β , obtendo
{α=A2(cosϕ+isenϕ)β=A2(cosϕ−isenϕ)
Substituindo em (1) obtemos
A2(cosϕ+isenϕ)eiωt+A2(cosϕ−isenϕ)e−iωt=Acos(ωt+ϕ)
⇔
(cosϕ+isenϕ)2eiωt+(cosϕ−isenϕ)2e−iωt=cos(ωt+ϕ)
Nesta equação, podemos tomar ϕ=0 e obtemos
eiωt+e−iωt2=cos(ωt)
Derivando cada membro da equação em ordem a t temos
iω×eiωt−e−iωt2=−ωsen(ωt)
que é equivalente a
eiωt−e−iωt2=isen(ωt)
Somando termo a termo as equações (4) e (5) obtemos
eiωt=cos(ωt)+isen(ωt)
Finalmente, fazendo θ=ωt obtemos
eiθ=cosθ+isenθ
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